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O que é a FIV?

A FIV (fertilização in vitro) se tornou popularmente conhecida em 1978, quando nasceu Louise Brown, o primeiro bebê concebido pela técnica. Apresentada pela mídia na ocasião com o discurso de ‘revolução da vida do século XX’, ganhou destaque na comunidade científica mundial.

A técnica realiza a fecundação de óvulos e espermatozoides em laboratório e permite a transferência dos embriões formados para o útero, possibilitando, assim, a gravidez quando há alterações na fertilidade que impedem o processo natural.

Foi desenvolvida inicialmente para solucionar infertilidade causada por obstruções nas tubas uterinas. No entanto, da década de 1970 até os dias atuais, a FIV, assim como toda a reprodução assistida, evoluiu e atualmente proporciona o tratamento da maioria dos problemas de infertilidade provocada por fatores graves, tanto femininos como masculinos.

Além disso, diferentes técnicas foram incorporadas ao tratamento, possibilitando, dessa forma, a solução de problemas que podem comprometer o desenvolvimento da gravidez.

Este texto aborda importantes aspectos da FIV: como é realizado o tratamento em si, as indicações, as principais técnicas complementares e o objetivo de cada uma.

Quando a FIV é indicada?

A FIV é particularmente indicada para mulheres acima de 35 anos com obstruções ou outros danos nas tubas uterinas, distúrbios genéticos, endometriose grave, miomas uterinos, para infertilidade masculina por fatores graves, incluindo alterações nos gametas masculinos ou ausência deles no sêmen (azoospermia), quando não há resposta a outros tratamentos, ou nos casos em que o diagnóstico é de infertilidade sem causa aparente (ISCA).

No Brasil, desde 2013, o Conselho Federal de Medicina (CFM) permitiu a utilização da técnica também por pessoas solteiras e casais homoafetivos que desejam engravidar, mesmo que não tenham problemas de fertilidade.

Como a FIV funciona?

A FIV é realizada em cinco principais etapas: estimulação ovariana (indução da ovulação), punção folicular e coleta dos espermatozoides, fecundação, cultivo embrionário e transferência dos embriões.

O tratamento inicia com a estimulação ovariana, procedimento realizado por 10 dias com medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de uma quantidade maior de folículos e o amadurecimento de um número maior de óvulos também, uma vez que a mulher só libera um óvulo durante o ciclo menstrual. O objetivo da estimulação é conseguir coletar mais óvulos para a fecundação. Uma quantidade de 8 ou mais já é suficiente para oferecer boas taxas de sucesso.

Para acompanhar o desenvolvimento dos folículos, são realizados periodicamente exames de ultrassonografia transvaginal, que indicam o momento mais adequado para induzi-los à maturação final e ovulação, também a partir de medicamentos hormonais.

Após a administração dos medicamentos, a ovulação ocorre em cerca entre 36 e 40 horas, período em que é realizada a punção folicular para a coleta dos folículos maduros. Os óvulos contidos neles são preparados posteriormente em laboratório para a fecundação.

O sêmen é coletado e os espermatozoides, capacitados. Esse processo seleciona os melhores gametas, do ponto de vista da morfologia e motilidade, processo que também melhora as chances de fecundação.

Quando o homem apresenta azoospermia, condição grave em que não há gametas no sêmen, existem técnicas que podem coletá-los dos epidídimos ou testículos. Uma pequena quantidade de espermatozoides pode ser suficiente para o casal engravidar.

Os gametas selecionados são então fecundados em laboratório. O método mais utilizado atualmente é a FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), que proporciona maiores chances de a fecundação ocorrer. Na ICSI, cada espermatozoide é capturado por uma agulha e introduzido no citoplasma do óvulo. É um processo delicado, mas extremamente eficiente. As taxas de sucesso são muito altas.

Os embriões formados são mantidos em condições ideais para seu desenvolvimento por alguns dias. As incubadoras são preparadas para esse processo e possibilitam o cultivo desses embriões por até seis dias. Os embriões são acompanhados pelo embriologista, que avalia o desenvolvimento de cada um. Eles ficam em incubadoras por 3 a 5 dias, dependendo da qualidade e de outros fatores.

Embriões de 3 dias são chamados de D3 e os de cinco dias, de D5 ou blastocisto. Em ambos os estágios eles podem ser transferidos ao útero, de acordo com a estratégia para cada casal. A individualização do tratamento é fundamental para atingir as melhores taxas de sucesso.

Técnicas de apoio à FIV

Por ser de alta complexidade, a FIV permite a realização de diversas técnicas complementares, de acordo com cada casal e os fatores de infertilidade relacionados. Algumas delas são:

  • Teste genético pré-implantacional (PGT)

O PGT possibilita a detecção de diferentes doenças genéticas e anormalidades cromossômicas a partir da análise das células do embrião por diferentes métodos. É, inclusive, a única forma de evitar a transmissão desses distúrbios quando há a intenção de ter filhos biológicos e pode ser realizado por qualquer pessoa com suspeita ou histórico familiar. Essas doenças, no entanto, devem ser conhecidas antes do procedimento.

  • Teste de receptividade endometrial (ERA)

O ERA é um teste que indica se o endométrio, no momento que foi realizada a biópsia, está receptivo ao embrião ou não. Se ele não estiver receptivo, o teste indica se o período mais propício à implantação foi antes ou será depois da biópsia no ciclo seguinte se a posologia hormonal for a mesma. Com esse resultado, é possível ajustar a medicação para que o endométrio esteja receptivo ao embrião quando ele tentar se fixar.

  • Congelamento de gametas e embriões

O congelamento ou criopreservação é uma técnica que pode ser realizada com diferentes objetivos: preservação da fertilidade, tanto masculina como feminina; doação de gametas e embriões (para casais inférteis e homoafetivos, assim como para pessoas solteiras que queiram ter filhos em produção independente); freeze-all, que se trata do congelamento de todos os embriões formados em um ciclo de FIV até que o endométrio esteja preparado para receber esses embriões.

  • Útero de substituição

Mulheres com problemas uterinos que impedem a gravidez e casais homoafetivos masculinos podem ter filhos com o auxílio da técnica de útero de substituição. Nessa técnica, uma mulher com parentesco de até quarto grau de um dos membros do casal recebe os embriões formados durante a FIV para realizar a gestação.

  • Preparo seminal

O preparo seminal é uma técnica que seleciona os espermatozoides mais capacitados do sêmen coletado para a fecundação. É fundamental para aumentar as chances de gravidez na FIV.

  • Taxas de sucesso

O sucesso da FIV depende de alguns fatores, como a idade da mulher, qualidade do sêmen e dos óvulos, as causas da infertilidade, entre outros, mas, em média, o sucesso ocorre em 40% das tentativas.

Caminhe rumo à maternidade com o Instituto Afeto.

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