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Ainda que a fertilidade feminina naturalmente diminua com o envelhecimento, durante a fase reprodutiva diferentes condições podem provocar alterações no potencial fértil, impedindo ou dificultando a gravidez.
Entre as causas mais comuns de infertilidade feminina estão os distúrbios de ovulação: quando há dificuldades para o desenvolvimento e maturação do folículo (estrutura que armazena os óvulos), ou se ele falhar em liberar o óvulo, levando à falha de ovulação (oligovulação) ou anovulação.
Obstruções nas tubas uterinas também são frequentemente registradas e motivaram, inclusive, o desenvolvimento da FIV (fertilização in vitro), principal técnica de reprodução assistida, que se tornou popularmente conhecida como ‘bebê de proveta’.
A infertilidade é definida como a incapacidade de engravidar após um ano de relações sexuais desprotegidas.
No entanto, na maioria dos casos, o problema tem tratamento e a fertilidade é restaurada. Entre os tratamentos possíveis estão as técnicas de reprodução assistida, incluindo a FIV, que registra percentuais bastante expressivos de gravidez bem-sucedida por ciclo de realização.
Este texto explica a infertilidade feminina: causas, sintomas que indicam a necessidade de procurar auxílio médico, diagnóstico e tratamento.
Assim como a dificuldade para engravidar e abortamento recorrentes, a infertilidade feminina também pode ser sinalizada por outras manifestações, incluindo irregularidades menstruais, que geralmente resultam em distúrbios da ovulação, e alterações nos níveis dos hormônios reprodutivos, que provocam as oscilações nos ciclos menstruais.
As irregularidades menstruais têm como característica ciclos irregulares, com duração superior a 35 dias ou inferior a 21 dias por mais de três ciclos consecutivos, fluxo menstrual em maior ou menor quantidade e amenorreia (ausência de menstruação).
Os sintomas que sugerem alterações hormonais, por outro lado, são caracterizados pelo crescimento de pelos em locais pouco comuns, como a face, as mamas e as costas, por exemplo, por alterações na pele, entre elas ressecamento e acne, secreção branca e leitosa nos mamilos, queda de cabelo temporária, inchaço ou ganho de peso repentino e oscilações na libido.
Caso a mulher identifique algum ou alguns desses sintomas, deve procurar um médico para investigação.
A infertilidade feminina pode ser provocada por diferentes condições ou doenças. As alterações hormonais, por exemplo, que têm como principal consequência os distúrbios de ovulação, geralmente resultam de anormalidades na tireoide, de condições como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), aumento do hormônio prolactina e de disfunções do corpo-lúteo.
Alterações hormonais também comprometem a receptividade endometrial, levando a falhas na implantação do embrião e abortamento, assim como problemas de ovulação também podem ser provocados pela falência ovariana precoce, condição em que os sintomas da menopausa se manifestam antes dos 40 anos.
As obstruções nas tubas uterinas, consideradas a segunda causa mais frequente de infertilidade, por outro lado, podem ser provocadas por aderências que resultam de processos inflamatórios, como a doença inflamatória pélvica (DIP), por cirurgias abdominais prévias, ou pela endometriose. Os processos inflamatórios frequentemente são causados por bactérias, incluindo as transmitidas por via sexual.
Endometriose, miomas uterinos e pólipos endometriais tendem ainda a causar alterações na estrutura do útero e dificultam a sustentação da gravidez. Anormalidades uterinas, além de adquiridas, podem ser congênitas, como o útero septado, por exemplo, quando uma parede divide o órgão em dois, dificultando ou impedindo o desenvolvimento da gravidez.
Anormalidades cromossômicas que comprometem a qualidade dos gametas ou podem ser consequência de erros na divisão celular do embrião, também podem resultar em falhas na implantação e abortamento recorrente.
Condições como a trombofilia, caracterizada pela formação anormal de coágulos sanguíneos em vasos ou artérias, assim como algumas doenças autoimunes, incluindo lúpus, tireoidite de Hashimoto ou artrite reumática, podem, da mesma forma, afetar a fertilidade feminina.
Além disso, problemas no muco cervical podem inibir a fecundação, uma vez que ele é responsável pelo transporte dos espermatozoides durante o período fértil. Quando não se torna menos espesso durante o período fértil, pode dificultar a passagem dos espermatozoides.
São ainda considerados risco o histórico de infecções sexualmente transmissíveis (IST), tabagismo, alcoolismo, utilização de certas substâncias e hormônios, sedentarismo ou exercícios em excesso, assim como oscilações de peso.
A infertilidade feminina é diagnosticada com base em resultados de exames laboratoriais e de imagem. Testes de avaliação da reserva ovariana determinam a quantidade e potencial qualidade dos gametas femininos, enquanto os hormonais são realizados para analisar os níveis dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo.
Exames de sangue detectam a presença de bactérias que podem levar ao desenvolvimento de processos inflamatórios, como as que são transmitidas por contato sexual. Essas bactérias podem desencadear uma série de infecções, em diversos órgãos do sistema reprodutor.
Para identificar condições que podem causar obstruções nas tubas uterinas e anormalidade no útero, como endometriose, miomas uterinos, pólipos endometriais, cistos e tecido cicatricial resultante de cirurgias, são realizados diferentes exames de imagem, incluindo ultrassonografia transvaginal, ressonância magnética (RM), histerossalpingografia e histeroscopia ambulatorial.
Mulheres com histórico pessoal ou familiar de trombofilia devem ser submetidas à investigação, assim como o rastreio de doenças genéticas é indicado se houver suspeita ou histórico familiar.
Se o diagnóstico não for conclusivo, a infertilidade é considerada sem causa aparente (ISCA). O tratamento mais adequado para cada caso é definido a partir dos resultados obtidos.
O tratamento para infertilidade feminina pode ser medicamentoso, cirúrgico ou com técnicas de reprodução assistida: relação sexual programada ou coito programado, inseminação artificial ou FIV. A indicação depende do caso.
Antibióticos são prescritos quando o problema é provocado por bactérias responsáveis pelos processos infecciosos. Podem ser orais ou injetáveis, indicados de acordo com o tipo de bactéria. Nos casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), para evitar reinfecção, recomenda-se o tratamento do parceiro.
O tratamento cirúrgico é indicado quando há obstruções nas tubas uterinas, para correção de anormalidades no útero e remoção de miomas uterinos, pólipos endometriais, tecido endometrial ectópico e aderências.
Para distúrbios de ovulação ou quando os outros tratamentos não resolveram o problema de infertilidade, a indicação é a reprodução assistida.
As três principais técnicas são a relação sexual programada (RSP) ou coito programado, a inseminação artificial (IA), ambas de baixa complexidade, e a FIV, de alta complexidade.
Na relação sexual programada e inseminação artificial, a fecundação ocorre naturalmente nas tubas uterinas. Por isso, são mais adequadas para mulheres com até 35 anos com as tubas uterinas saudáveis e principalmente indicadas para distúrbios de ovulação, endometriose nos estágios iniciais ou infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Já na FIV, de maior complexidade, a fecundação ocorre em laboratório. A técnica é mais adequada para mulheres acima de 35 anos. Além de problemas de ovulação, também possibilita o tratamento quando há obstruções nas tubas uterinas ou problemas que dificultam a implantação do embrião e o desenvolvimento da gravidez.
Embora as taxas de gravidez sejam significativas nos tratamentos de baixa complexidade, a FIV é a técnica que apresenta os percentuais mais expressivos de sucesso gestacional por ciclo de realização.
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